terça-feira, junho 19, 2007

Minha vida em 6 posts

Para você que chegou aqui de paraquedas, os posts abaixo resumem os grandes acontecimentos dessa vida que vos escreve que chegou aos 30 anos neste mês de junho.

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segunda-feira, junho 18, 2007

Dos 26 aos 30



..................................................... Penedo, 2006


Grandes decisões foram tomadas nesse período (e estão sendo). Decidi que o meu tempo no mercado de trabalho empresarial estava no seu limite, pelo menos por um tempo. Esperava ávido por uma oportunidade para poder voltar para a academia, o que aconteceu em 2003. Tempo de pensar valores, tempo de começar a dar aulas em cursos superiores e tomar gosto pela coisa.

Repensei a vida, as decisões que tomava e por mais quisesse, havia um ideal irriquieto dentro de mim que pedia para eu redirecionar o rumo da carreira. Turbulências no meio da caminho, altos e baixos na vida profissional.

Delicioso retorno à pós-graduação tão esperada, estava na universidade pública novamente, depois de três anos só respirando jornal, planejamento e mercado publicitário. Novos ares, textos que consumia com vigor, pelo prazer de estudar novamente algo que havia escolhido com mais consciência das minhas escolhas (se é que um dia a vou ter com plena certeza).

Grandes conquistas. Operação de miopia, que tornou meus banhos mais felizes (pois podia ver o dedão do meu pé), e as praias mais agradáveis (conseguia achar o guarda-sol e as pessoas com facilidade, o que era uma missão impossível para quem tinha mais de 5 graus de miopia). Despedida da cidade de São Paulo, onde fiquei por onze anos. O noivado, louco e improvável na Trash 80 em São Paulo. Aprovação no mestrado.



.............................................Noivado, agosto de 2004

Mudança para Campinas e uma sequência de coisas boas acontecendo. Novo emprego. Instituição nova, tudo em cima, tudo funcionando bem. Chance para uma nova morada, cuja inauguração foi comemorada aqui, inclusive. Carro novo (novo?). Empresa própria com sede virtual.



Excursão com alunos da faculade - Deuses Gregos/ Museu da Língua Portuguesa - 2006



Até o final desses trinta anos, terei ainda conquistado coisas importantes. Serei mestre e, com sorte, ingressarei no doutorado. Casarei. Mudarei de casa, que pode inclusive ser a minha mesmo.

Planos possíveis, alguns mais que outros. Grande nova fase que se inicia com essa idade que ainda me acostumo.

Não sou sonhador, mas acredito em ritos de passagem. Taí mais um. O da idade. Marcado com festa, bolo, churrasco, cerveja e esses textos do blog.



..........Família reunida, aniversário com um bolo maravilhoso, 2007.

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terça-feira, junho 12, 2007

Dos 21 aos 25


.........................................Formatura, ESPM, 1998


Aos 21 já estava formado, com altas crises sobre o curso (cursos!?) que fiz e fazia. Tive uma febre intensa e delirava com a Arquitetura, muito mais pelas excelentes encontros que ia (os chamados EREAS) do que pela questão da carreira em si. Para tentar me descobrir e por perceber que o mercado estava rejeitando meu inglês Fisk, matriculei-me por um ano no Cultura Inglesa ao mesmo tempo que tentava um trabalho de qualquer espécie nos EUA a fim de melhorar a fala e ter uma experiência internacional.

A inquietude dessa fase só gerou bons frutos. Tive uma experiência maravilhosa nos EUA, entre 1999 e 2000, quando fui trabalhar como voluntário numa escola de educação ambiental para crianças, SCICON, na Califórnia. Era pra ficar 2 meses e acabei ficando seis.



Thursday, calor intenso, "convido" as crinças para um banho no riacho após uma trilha sobre anfíbios. Fantástico.

Voltei de lá com um bom inglês, bagagem internacional e mais desenvoltura pra falar da vida e dos meus objetivos. Resultado: aprovação na seleção para trainees da Folha de S. Paulo. Conquista que me tirou da mediocridade das experiências do mercado de trabalho.

Tempo que entender empresas, mercado, o valor de cada centavo que você ganha, objetivo de vida, históricos de vida em minha volta, me achar nas carreiras que havia escolhido. Tempo de trabalhar no centro da cidade de São Paulo, o que rendia inspiradores almoços e caminhadas de volta pra casa no fim das tardes de horário de verão.

Tempo de começar o Tamos Aí, primeiro blog que eu tive, tempo de começar a planejar um redirecionamento de carreira, depois de ter feito duas coisas que queria muito: viajar pra melhorar o inglês e trabalhar numa empresa grande e interessante.



..............................................Eu e Clau, Caconde-SP

Grandes mudanças mesmo nos últimos cinco anos (último post dessa série). Aos 23 encontro (reencontro) uma moça linda na formatura da prima dela. Em 2001 começamos essa história que fica cada vez melhor sempre.

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Dos 16 aos 20



Trote, 1995, nós em frente ao colégio Joaquim José, ao lado do então prefeito da cidade, Joaquim Simião.

Do segundo colegial em diante eu diria que fiquei, vamos dizer assim, mais "soltinho". Continuava estudando e parando de nadar aos poucos, mas descobri com as festas de 15 anos ,que aconteciam toda semana em algum catno da cidade, que havia um lado muito interessante no fato de ser sociável e consolidar bons amigos do seu lado.

Foi nessa época que conquistei grandes amizades que carrego comigo até hoje, felizmente. Algumas estão, inclusive, no meio dessas fotos que escolhi para esse post.

O início da faculdade, o primeiro ano principalmente, não foi dos mais prazeirosos. Tinha uma imagem na cabeça da faculdade que não se concretizou muito numa cidade daquele tamanho. O curso de Publicidade, dinâmico, tecnológico e simpático, mas muito prático, deixava meu espírito estudantil com fome de mais informação. Por essa e por influência de alguns colegas e professores da ESPM, acabei prestando vestibular novamente no final do ano e entrei na USP, em Ciências Sociais, depois de tomar um honroso pau bem disputado na Publicidade no ano anterior.

Fui me achar no meio desses dois cursos no final deles. Mas a USP sanou minha vontade estudantil, tanto no quesito "livros para ler", quanto na experiência universitária, que procurei viver ao máximo, apesar das dificuldades da cidade grande. Vi filmes que nunca teria visto, me levaram a lugares que nunca teria ido sozinho (e nem voltaria... ), conheci gente famosa e filhos de gente famosa. Achava-me um bruto diante de tantos paulistanos bem informados, com históricos de vida charmosos e interessantes. Percebi que a minha história também podia ser interessante e a esperteza estava em tornar-me um deles para sobreviver numa cidade como aquela.



Uma dessas festas bregas em São João da Boa Vista

Foi sem dúvida a época mais intensa entre as fases que escolhi aqui pra descrever. Não por ter sido a mais feliz (até porque faz bem pro espírito achar que estamos na melhor fase das nossas vidas, como de fato tenho achado... mas isso fica para o último post dessa série). Época de pouca responsabilidade, cabeça livre pra exercer a criatividade das formas mais impossíveis, entre amigos e na faculdade. Adorava as festas à fantasia e as bregas. Momentos de nos escondermos por trás de roupas e liberar um lado humorístico e caricato que ficava na maioria das vezes escondido.

Tempo de bons carnavais no clube da cidade, férias com pouco dinheiro, mas com muito tempo pra pensar na vida.

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domingo, junho 10, 2007

Dos 11 aos 15



Idade de viver bem a vida, conquistando alguns diplomas ali e acolá (comunhão, crisma, oitava série).

A oitava série em específico foi um ano que marcou. Não por ter sido um ano de acontecimentos incríveis (bom, aí há duas opções para você escolher o que havia de mais incrível nesse ano: a URSS desmoronava (1991) e eu deixava de ser BV, numa época em que a gíria BV nem existia).

Por essas e outras, me vi desgarrado da infância e subtamente encarando a adolescência no final do ginásio. Havia um disparate imenso entre as meninas e nós, relez mortais sem carro, moto ou algo cabível para levar e trazer alguém pra casa. Tudo na base do P2 e da dependência do pai alheio que ia buscar.

Época de filmes de terror no cinema (programa autêntico...), bolos das mães pra rifar pra formatura de 8a. série, hegemonia no colégio (não havia outra turma mais velha que você. Micropoderes. Apresentações de teatro para a escola toda. Vendíamos bolo. Mexíamos com dinheiro. Éramos o máximo naquele lugar, a EEPG Joaquim José).

A natação ficava mais séria. Dividia meus amigos entre a escola e os outros que nadavam comigo. Na escola, boas notas. Na natação, descoberta da sexualidade nos maiôs femininos, nas espiadas no banheiro, nos corpos das meninas que se transformavam muito mais rápido que os nossos.



.............................Churrasco de formatura da oitava série, 1991

Lá pelos 11, 12 anos lembro de um livro que marcou época: "O que está acontecendo comigo", que circulava de mão em mão, como se fosse piada (já que tinha desenhos de meninos e meninas pelados lá dentro), mas que na verdade interessava a todo mundo da mesma forma. Da mesma série era o "De onde viemos", que acabava com a lorota da cegonha...



Sessão de cinema em casa, num sábado a tarde, quando todos queriam sair para ver o sol e nós, que nadávamos a semana toda, fazíamos o oposto.


Fui apresentado ao Dry Martini aos 15 anos e saíamos aos sábados para nos embebedarmos com uma dose dele ou de menta. Achávamos o máximo a experiência e a subversão de fazer alguma coisa que nosso técnico da natação proibia. Fui nessa época apresentado aos computadores. Ainda com a tela preta e verde, mas já com jogos, que via um amigo meu interagindo com curiosidade.

Fui para o colegial. Achei-me o cara mais velho de todos os tempos. Durou um mês. Vi um outro amigo correndo pelo meio da sala com um disco do Nirvana. Uma nova fase me esperava.

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sexta-feira, junho 08, 2007

Dos 6 aos 10



Boa parte do que eu lembro da minha infância deve estar ligada a essa idade. Até porque foi um período específico que morei num bairro específico, numa casa alugada. Tudo que vem à minha memória está ligado a esse lugar, o Bairro São Benedito, em São João da Boa Vista. Posso parecer piegas ou ainda estar me rendendo aos padrões televisivos de ver a vida, mas a verdade é que há algo de Wonder Year (Anos Incríveis) nesse período da minha vida.

Fui um garoto que teve a sorte de ser criado livre, numa rua tranquila, numa rua cheia de crianças. Corríamos pra cima e pra baixo, sem medo de sequestros ou de sermos atropelados por um carro. Andávamos por todo o bairro, num limite que fosse considerado viável para meus pais. Conforme crescia, negociava uma distância maior com eles. Futebol na rua, histórias de arrepiar no final da noite. Maldita televisão que já estava lá, mas não foi forte suficiente pra acabar com tudo isso.

Gostava da casa da vizinha. Tinha seis filhos, os dois meninos eram os mais amigos, e moravam todos numa casa de cinco comôdos. Lá podíamos fazer quase tudo, já que havia galinha, bichos, material de construção, tanques, horta, ou seja, um parque aberto para a criatividade infantil. Sucessos da época: pipoca, ki-suco e banco imobiliário. Saborosa mistura na casa da vizinha. Adorava os filhotes de cão que eles sempre arrumavam. E que depois davam um jeito de se livrar.



........................Em frente à casa do bairro São Benedito

Lembro-me de quase todas as casas da rua. Até por dentro, do jeito que eram. Engraçada a memória. Estimulada pela biblioteca municipal, que foi inaugurada nessa época (1986) numa casa próxima às nossas. A bibliotecária, que nos recebia com café da tarde e chocolate, ganhou a amizade da garotada, que fazia da biblioteca um dos programas prediletos do final da tarde. Se alguém lia de fato eu não sei, mas que tomávamos café a beça tomávamos. O nome dela é Cecília e trabalha na biblioteca até hoje. Na época tinha minha idade, uns 30 anos. Com ela aprendi Tiro ao Álvaro (Adoniran Barbosa e Oswaldo Moles), que ela cantava na volta pra casa, quando eu e outro a acompanhávamos.


E pra fechar, quando completei 10 anos me senti a pessoa mais velha do mundo, já que estava completando "uma década" de vida.

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terça-feira, junho 05, 2007

Do 0 aos 5



A uma semana do meu fatídico trigésimo aniversário, proponho-me aqui a fazer uma breve retrospectiva de 5 em 5 anos do que foi a minha vida até aqui.



Dri e eu, primeiro ano de vida, em Poços de Caldas.


A primeira, dos 0 aos 5 anos, de caratér experimental, remete a uma fase da minha vida que lembro pouco das coisas. São imagens em flash de coisas que realmente marcaram por algum motivo.

Lembro de uma menina de cabelos longos que brincava comigo na porta de casa, nos montes de areia de construção, o nome dela era Cristiane, se não me engano.

Lembro-me de uma bola do Mickey colorida que ganhei e perdi no mesmo dia, quando a bola voou para o outro lado da rua e o portão estava fechado... até meus pais abrirem, a bola já tinha virado história.

Lembro de uma escada, dessas abre e fecha, espatifando-se em cima de mim, quando tentava ingenuamente subir nela pelo lado contrário. A aventura rendeu-me uma cicatriz no nariz que tenho até hoje.

Lembro das mudanças pelas cidades de Minas, quase anuais, em função do emprego do meu pai na época (gerente do banco Itaú).



Pai, mãe, irmã e eu no litoral, Ubatuba provavelmente, ainda a preferida do litoral paulista.

Lembro das cidades de Minas, das viagens que fazíamos por estradas curtas e curvas, paradas nas vendas de doce caseiro, doces de leite, morangos vendidos em cestinhas à beira da estrada. As grutas de beira de estrada, com cartas e santinhas escondidas em meio às pedras.


Lembro das duas coleções de Playmobil que ganhei com a idade de 5 anos. Uma de soldados americanos e outra de índios. Acompanharam-me por toda a infância. Viveram inúmeros papéis e aventuras fantásticas.

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