sexta-feira, agosto 20, 2010

7º dia - Trinidad


Hoje foi um belo dia. Tudo certo. Planejei um passeio pela praia com o aluguel de uma bicicleta (3 CUC). Lindo o caminho, cheio de pequenas propriedades rurais e muito pouco movimento num país com gasolina cara para os padrões locais e muito poucos veículos. O trajeto foi leve na ida, apesar da distância considerável da praia.

No meio do caminho conheci duas brasileiras e um inglês que estavam num hotel no meio do caminho. Eles disseram que a praia ea muito bonita e acabei indo conhecer. O lugar era lindo, a água do mar era morna e transparente e havia uma estrutura boa, apesar de algumas particularidades próprias dos resorts de lá.

Uma delas é a arquitetura. São prédios densos, pouco parecidos com o que se encontra em outros resorts. Os serviços básicos estão ali (bar, portaria, segurança), mas há um que de calmaria no ar. O melhor de tudo é imaginar que a estrutura deles também é "social", no sentido de que qualquer turistas (aparentemente) poderia usufruir da estrutura, mesmo não estando alocado nas dependências. Cuba libre no bar, turistas europeus nas esterias. Valeu pelo visual e o descanso merecido no meio do caminho para a praia final.

Meus amigos acabaram indo embora. Foi um prazer falar em portugues depois de tantos dias arrastando um portunhol.  Continuei um pouco mais e depois fui para a praia de Ancón.

A praia é sim bonita,mas ainda fico com a anterior do hotel (playa de los amigos, acho). Descobri um passeio de snorkel por 10 CUC que talvez faça amanhã.

Delfim, sua mulher Terezinha e a neta deles

A volta, apesar de lindas paisagens, foi mais cansativa. Aliás, bem cansativa, mas cheguei bem a tempo para o BANQUETE que haviam me preparado por 8 CUC na casa do Delfim. Ótimo. Completo, com sobremesa (rocambole e café). Para terminar, 30 minutos de internet (3 CUC) e uma volta pela Plaza Mayor para ouvir um pouco de boa música cubana.

Artola

Lá conheci Artola, um cubano engraçado que me fez companhia. Contou-me várias coisas sobre os cubanos e a rotina de quem mora em Trinidad. Comemorava com seus amigos o aniversário de um deles. Tomavam rum cubano (não o Havana Club, mas um acessível na moeda deles). Enquanto isso, eu eu todos os outros turistas tomávamos cerveja em CUC...

Um dia para não esquecer.


segunda-feira, agosto 02, 2010

6º dia - Havana/ Trinidad

Trinidad

Saí cedo da casa da Angela direto para o terminal de ônibus. 25 CUC até Trinidad. Uma fortuna no dinheiro cubano, o que seleciona o público interno do ônibus, em sua maioria feito de turistas transitando pelo país. Viagem tranquila, ar condicionado e belas paisagens, principalmente à beira mar.

Na chegada, uma pequena decepção. A casa de Yolanda estava cheia e ela me encaminhou para uma outra casa mais simples. Antes, porém, pedi para olhar a casa dela por dentro, já que tinha sido muito elogiada ainda em Havana. Ação corretíssima essa. As casas particulares de Trinidad são, no geral, lindas. A cidade preservou não só seus casarões, esquecidos pelo tempo e preservados pelo socialismo, mas também o mobiliário do século XIX dentro das casas.

Minha interpretação dessa preservação tem sim muito a ver com o socialismo. Móveis e outros objetos presentes nas casas dos anos 50 foram preservados ao não serem substituídos por outros mais modernos. Isso acontece de maneira generalizada na maioria das casas. Se bem cuidades, ficam com um aspecto estremamente charmoso, uma vez que tudo ali, assim como os carros nas ruas, pertencem a uma outra época. O lado negro da história é que imagino que há uma preservação também pois custaria caro ao bolso cubano substituir um móvel da casa por um outro mais moderno, seja ele qual for. Nesse impasse econômico, ganhou a preservação e o caráter aconchegante desses lugares e da cidade de uma maneira geral.

A casa em que fui alocado era a casa de Delfim e Terezinha. À tarde, dei um passeio rápido de reconhecimento na cidade e depois, leitura, planejamento e apaguei de cansaço numa cama boa, confortável (e nova).