domingo, fevereiro 21, 2010

2º dia - 27 de janeiro de 2010 - Centro Havana


Centro Havana

Na confusão de ônibus e carros antigos, resolvi andar. Andar muito. Precisava me localizar em Havana.

Comecei andando por Vedado e cheguei até Centro Havana por uma avenida não muito usada por turistas (Zanja). A caminhada foi muito interessante, uma vez que fiz um caminho muitas vezes ignorado pelo circuito turístico. Entre Vedado e o Capitólio, prédio mais imponente de Havana, localizado no centro antigo, há um imenso bairro chamado Centro Havana, com quarteirões e quarteirões de sobrados altos, com muitas pessoas morando num sistema um tanto quanto precário em habitações com pouca manutenção e um aspecto de curtiço.



O Capitólio. Réplica do americano, mas dito como mais imponente e com mais detalhes internos.

Pela avenida Zanja, fui observando os pontos de comércio dos cubanos. Pequenas portinholas que davam para a rua em que se vendiam comidas e bebidas rápidas. Na volta, também fui andando e vi outros serviços na avenida São Lázaro. Açougue, farmácia e pequenas vendas. Muito diferente do que se entende como comércio aqui no Brasil. Tudo era muito sem graça, sem luz, sem vida. Eram apenas produtos necessário para continuar a caminhada. As carnes eram controladas (o cubano não tem acesso à carne de vaca, a não ser por meio de receita médica. O turista tem). Vi também um mercado agropecuário, com boa variedade de hortaliças e, no mesmo mercado, alguns outros utensílios variados, como peças, parafusos, borrachas, todos nitidamente escassos.



Venda de comidas rápidas para cubanos (pizzas, pão com presunto, refresco)

Tudo é muito peculiar. Escolas dentro de prédios antes comerciais, a rua que vira pátio dessas escolas e a economia dupla convivendo lado a lado. Na foto abaixo, as crianças praticavam educação física numa das ruas estreitas e pouco movimentadas da cidade.


Atividade físicas das crianças: competição e uso do espaço público

A arquitetura da cidade é linda e parece que felizmente está aos poucos sendo restaurada. Há forte influência espanhola e francesa nas construções, marcando o período colonial e a ascensão da importância cubana no final do século XIX.

Gran Teatro de La Habana.

Real Fábrica de Tabacos Partagás. Atrás do Capitólio.

Edifício Bacardi (1930). Exemplo de Art Déco em Havana.  

O fato é que Havana me encantou de uma tal maneira que eu não conseguia parar de andar. Passei pelo Museu da Revolução (com peças que lembram o ano de 1959 e as conquistas dos revolucionários). Ainda não estava acostumado com o funcionamento das moedas e meio incorformado com o fato de ter que pagar em dólar só porque eu era turista. As poucos fui entendendo, mas neste museu acabei vendo só o que havia exposto no lado de fora. Até porque julguei que a cidade oferecia coisas mais interessantes, como de fato fui perceber depois.



Museu da Revolução. Aviões e navios que auxiliaram no triunfo

Logo atrás do museu da Revolução, havia o Museu de Belas Artes (artistas cubanos). Neste, não abri a boca e fui logo pagando em MN. Foi o único museu em que eu consegui fazer isso. Havia algo nas roupas, ou no jeito, como me falaram depois, que faziam com que eu fosse identificado na hora como turista.

Os artistas cubanos são fantásticos. Valeria um post só sobre eles. Gostei muito do trabalho do Raul Martinez, um artistas livremente inspirado pela Pop Art que realizou telas lindas, como esta abaixo.

Isla 70. Raul Martinez.

Neste dia almocei no bairro Chino, com comiga boa e barata. Melhor custo benefício da viagem até aquele momento. O atendimento foi ótimo. A gorjeta é quase uma obrigação nesses casos.


Bairro Chino

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