sábado, janeiro 13, 2007

Reveillon



A luz de um grande prazer é irremediável neon
Quando o grito do prazer açoitar o ar, reveillon


(Sina, Djavan)

Há quem diga que leva a vida sem planejar muito, esperando o que vai acontecer e mais nada. Pois digo, como sempre falo em minhas aulas sobre desenvolvimento pessoal, que o planejamento sim é importante para tudo que se quer conquistar na vida.

E o que queríamos nesse final de ano era passar bons dias ao lado de amigos estimados que estão se separando pela geografia e pelo tempo que nos divide cada vez mais. Por isso, planejamos o final de ano com mais de um mês de antecedência.

E a escolhida foi a praia de Itamambuca. Local dos surfistas, mas também do pitoresco, para aqueles que querem fugir do trânsito e do som alto das praias mais agitadas nessa época. Alugamos um casa bonitinha, mas ordinária, por ser pequena pra tanta gente que acabou indo. Apesar disso, reinou a paz e a sábia inteligência de todos para respeitar espaços e ter dias tranquilos no meio daquela paz toda.

Conhecemos a "tia do surf", que alugou a casa pra gente, e descobrimos uma mulher que por uma série de acontecimentos na vida, foi acabar na praia e vivendo dela, não por opção, mas por destino.

Reatamos amizades, fizemos outras novas, passamos dias inteiros com amigos que estão tão longe e tão perto, ajustamos o discurso, descobrimos diferenças. Tudo isso porque essa turma que está aí tem o núcleo formado ainda no colegial, quando todos éramos seres sonhadores e na essência muito parecidos, com uma bagagem cultural similar. Doze anos mais tarde, várias graduações e pós-graduações depois, nos tornamos profissionais especializados, com anseios e modos de ver diferentes. Os dias na praia nos serviram, para além das risadas, observar com cautela tais diferenças.

Perceber o novo a cada dia num amigo seu é a melhor forma de ter sempre a amizade renovada. Foi isso, além de tantas outras coisas, que tornaram essa viagem inesquecível.

1 Comments:

At 6:18 PM, Blogger Vivien Morgato : said...

Lindo texto, Tarcísio. Acho mesmo que o ano novo é um momento de reavaliação de muitas coisas: dia de atar, reatar e dia de jogar coisas fora.;0)

 

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